Se você não mais me orbitasse, qual satélite de minhas culpas. Seu sua vida não me pesasse, se tua tristeza não me doesse. Se houvesse razão, se houvesse verdade; alcançar por promessas a eternidade. Mas a tristeza está em versos mudos, em páginas rasgadas, em olhares, em sussuros. O tempo passou, nós passamos. Em muitos caminhos nos separamos. Lutamos (verdade), rimos e amamos. Mas o sentimento, como um grilhão, me prende à bola de ferro, mesmo ao chão. E me arranca a cada passo um grito, uma lágrima... indecisão. Terei forjado esta corrente do refugo de uma paixão?

De braços abertos me jogo, da torre de nossas certezas ao mar de meus dias.

Ando e ando. Chego à mesma encruzilhada. Será este o único caminho, estarei andando em círculos? Ando e ando, perambulo, mas não vejo as paragens, não admiro a paisagem. Onde estarão as placas de meu caminho? Existem direções a se caminhar? Ando perdido, ando girando, circulo perambulando, rodando, rodando, perdido, andando, andar sem sentido, sentido faltando...Ando um andar sem passos, deixo um rastro sem traços, me perco em mim, não sei o que faço. Sozinho assim, não sei o que faço. Ando e ando, descubro talvez que não há espaço... pra mim. Em meu cansaço nego meus passos, com indiferença me desfaço de tudo e de nada. E da saída faço entrada, volto pra onde não estava. Ando e ando, qual tortura imaginada no meu andar em longas passadas...