19 março, 2007
16:12.
Busca
Que me fizesse um só pedido
Um brilho de olhar lascivo
Pois veja, só lhe peço um motivo
Para cruzar oceanos mesmo a nado
Caminho que se perde no destino sonhado
Segredo guardado em gestos esquivos
Insatisfeito com a tela de toque frio
Essa rotina de beijos soletrados
Singrou os mares resoluto, decidido
Fugiu buscando ser encontrado
E rasgou mapas, cruzou fronteiras
Ignorou distâncias e maneiras
Qual Louco, tido como perdido
Mas chegou, amou e foi amado
(08/02/2007)
Aardvark jr.
18 março, 2007
18:39.
Ode ao Amor Sincero
Ah! Tuas curvas infindáveis
teu aroma embriagante
és quente, macia
por vezes picante.
E conto os minutos
pra me ver saciado
minha hora de prazer
meu momento sagrado
Pois minha espera termina
te devorarei inteira
agora és só minha,
pizza de calabresa!
(13/07/2004
Aardvark jr.
15 março, 2007
09:47.
: (dois pontos)
Quero o segredo do amor ponto Chega, não quero mais conjugar este verbo transitivo, me perder em amores reticências Estará o amor fadado a terminar sempre em um ponto de interrogação Porque quero um sentimento que não dependa dos outros, intenso, de si para si, amor ponto de exclamação
(25/06/2004)
Aardvark jr.
14 março, 2007
16:32.
Querer o ErradoAh
Querer o errado
Olhar distante
Buscar desencontrado.
Mas antes querer
Querer antes
Que por falta de se ter
O desejo aflorado
Se faça passante
Na vida (sem querer)
Qual sombra de um passado.
(08/02/2007)
Aardvark jr.
13 março, 2007
16:48.
Aos Artistas do TecidoSobe, apruma
torce, contorce
o tecido, és forte
chave de cintura
gira, revela
toda a candura
do gesto elegante
o olhar distante
mirando o horizonte
faz parte, é arte
caiu!
Não caiu, flutuou
planou
como uma pena
aplausos!
O show acabou.
(15/07/2004)
Aardvark jr.
09 março, 2007
13:38.
Última carta
Queria esquecer apenas,
me lançar no conforto da escuridão,
me entregar aos seus braços abertos,
nas trevas não há solidão.
E beber do vinho do olvido,
tirar da boca este gosto amargo,
de sonho há muito perdido.
Porque no fundo é uma grande peça,
uma comédia de erros e incertezas,
o povo a rir de nossas fraquezas,
e aviso, não há quem impeça
o espetáculo uma vez começado.
Por mais que eu tenha tentado
os atos se seguem sem intervalos,
a platéia aplaude os nossos pecados,
pouco importa se estamos cansados
o roteiro ainda nos quer açoitados.
Porque então insisto nas falas?
Nesse texto ridículo, drama barato,
antes às trevas fizesse um trato
trocar minha alma por algo que valha.
Pois se o silêncio tanto me falta
e busco uma paz tão distante,
digo-te, deixo de vez a ribalta
escrevo esta carta no último instante.
(23/07/2004)
Aardvark jr.
08 março, 2007
07:49.
Acalanto
Sorriso sincero
A paz que espero
Um ar de mistério
Talvez...
É o pequeno ato
Quem me atém aos fatos
Momento sensato
Que logo se desfez...
Pois o sentimento
Não espera momento
Qual doce rebento
Da insensatez
(24/06/2005)
Aardvark jr.
07 março, 2007
13:07.
RecusaEstou de altos, estou de licença!
Pois é, estou fora do jogo
por não saber, no fundo a diferença
entre charme, descaso e orgulho bobo.
Não tenho vocação para ator minha cara
cai o pano, é o fim da peça!
Se não posso mostrar o que sinto
este ato não mais me interessa.
Sou artista de improviso não sabes?
Nunca decoro minhas falas
Tavez palhaço, é o papel que me caiba
neste imenso espetáculo de vaidades.
(15/07/2004)
Aardvark jr.
06 março, 2007
12:56.
SóChoro em silêncio.
Lágrimas, pontos de interrogação.
Rio em silêncio também.
Gargalhadas se perdem na solidão.
E em silêncio me deito, em silêncio me levanto.
Em silêncio me lamento, me surpreendo, me espanto.
Silêncio que sufoca, alimenta meu pranto.
Um círculo que se fecha, esse silêncio tanto.
Silêncio, silêncio, que abafa o meu canto.
Que ressoa, (silêncio!) silêncio de acalanto.
Silêncio... silêncio... enfim.
(06/07/2004)
Aardvark jr.